Carlos Pena Filho II
SONETO PARA GRETA GARBO( em louvor da decadência bem comportada ).Entre silêncio e sombra se devorae em longínquas lembranças se consome;tão longe que esqueceu o próprio nomee talvez já nem saiba por que chora.Perdido o encanto de esperar agorao antigo deslumbrar que já não cabe,transforma-se em silencio, porque sabeque o silencio se oculta e se evapora.Esquiva e só como convém a um diadespregado do tempo, esconde a faceque já foi sol e agora é cinza fria.Mas vê nascer da sombra outra alegria:como se o olhar magoado contemplasseo mundo em que viveu, mas que não via.