domingo, 13 de março de 2011
Lisboa, de Eugênio de Andrade
Alguém diz com lentidão
Lisboa, sabes?
eu sei:
é uma rapariga
descalça e leve
Um vento súbido e claro
nos cabelos
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos
A solidão
aberta nos lábios e nos dedos
descendo degraus
e degraus e degraus
até ao rio
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