quarta-feira, 24 de maio de 2017

Um psiquiatra fala sobre a Cracolândia (Marcelo Ferreira Caixeta)




Doria acertou ao retirar à força 
os toxicômanos do crack das ruas ? 
Como médico psiquiatra, 
que lida ininterruptamente 
com esta população há 36 anos, 
acho que sim. 

Quem perdeu a liberdade de escolher 
entre usar ou não uma substãncia
 já perdeu a capacidade 
mental de auto-determinar-se. 
É doença mental, 
consequentemente afeta a capacidade 
de auto-avaliar-se, 
a capacidade de avaliar o mundo. 

Perdeu determinadas capacidades cognitivas 
e também as capacidades volitivas 
de determinar-se 
de acordo com eventuais cognições. 
Ou alguém acha que largar a casa, 
família, emprego, 
cama-comida-e-roupa-passada, 
para ir morar na rua, 
como um rato-em-busca-de-um-cachimbo é uma “escolha ideológica”, 
um “efeito nefasto da burguesia?”. 

A doença psiquiátrica severa, 
em sua maioria dos casos, 
afeta o lobo frontal, 
região do cérebro que é responsável , 
entre outras, 
por julgar o próprio comportamento. 

O fato de um doente 
não julgar-se um doente 
não o torna menos doente, 
ou menos perigoso para si 
ou para outrem. 
Todo dia interno um "punhado de gente" , 
trazidos pelas famílias, 
com base nestas noções médicas,
[sim, há critérios objetivos para isso] 
sem autorização de juiz, 
de promotor, 
de autoridade nenhuma. 
Só com a avaliação médica-psiquiátrica 
do paciente, 
com o pedido da família/companheiros, 
que é, note-se, "rica"
 ou "classe média". 
Mas quando é pobre, 
miserável, "de rua", 
aí é preciso que os "Direitos Humanos", 
a "Esquerda Coitadista", 
o "Socialismo Estatal 
Judiciário/Promotorial/Defensorial" 
entrem em ação. 

Afinal é preciso que haja 
uma justificativa plausível 
e visível para a existência
 das castas estatais .

Marcelo Ferreira Caixeta,
copiado do Facebook.

.

.