David Hemenway (DH)
diz na entrevista que o sentimento
que temos hoje em relação à nossa
impotência (americana sobretudo)
diante das armas de fogo,
é semelhante ao que se sentia
na década de 50-60 diante do tabaco.
Que os lobbies eram poderosos e
indestrutíveis,
e que nenhum político conseguiria
legislar sobre o assunto,
pois não teria apoio.
O que aconteceu foi que,
a pressão popular e
medidas pontuais
como o aumento do preço e
restrição de uso do cigarro em
qualquer lugar,
criou um ambiente propício
de desestímulo ao fumo.
Fazendo diminuir
consideravelmente
o número de fumantes.
Armas em casa podem ser úteis
diante da perseguição de um
possível marginal,
mas é cercada de riscos.
Apesar dos acidentes
darem mais manchetes,
o principal risco é o suicídio.
Em Estados americanos onde
existe uma cultura
de ter armas,
a morte por suicídio
é muito mais frequente.
A mortalidade por suicídio com armas
chega a 90%.
Se o instrumento for ingestão de remédios,
por exemplo,
que é um método mais usado por mulheres,
o índice de morte é de menos de 10%.
Isto explica, em parte,
porque 3 vezes mais mulheres
tentam o suicídio,
mas os homens morrem 4 vezes mais.
O método que eles usam,
as armas,
é muito mais mortal.
O QUE OS FABRICANTES DE ARMAS
JÁ TÊM TECNOLOGIA PARA FAZER,
MAS NÃO FAZEM :
1. Cada arma com um número de registro
que não possa ser apagado
e um banco de dados
com as "digitais" de cada arma.
Acabaria com qualquer
crime que pretenda não
ser identificado.
2. travas para evitar disparos
acidentais em quedas.
3. reconhecimento de digitais dos donos,
não permitindo que outros a usem.
Isto foi o que aconteceu com roubos de
aparelhos de som nos carros.
Quando se criou um método de
tornar inutilizável o som roubado,
porque só o dono tinha a outra parte
do aparelho,
os roubos de som em carro,
em muitos países
simplesmente acabaram.
P.S.: Eu acrescentaria um método que não testei e se divulga pela internet : Se você digitar no seu celular *#06#, aparece o número individual do aparelho. Se, quando fosse roubado, você ligasse prá uma central ou operadora e pedisse prá desativar para sempre aquele aparelho, o roubo de celular e os muitos crimes que isto causa, seria reduzido a ZERO.
Não adiantaria roubar celular
prá ele não funcionar mais.
Por que isto não é feito ?
Não tenho idéia e acho difícil acreditar
que seja só prá vender mais aparelhos,
no lugar dos roubados.
Nisto o governo poderia impor uma conduta,
ou criar esta central.
Amanhã teremos a última parte
deste assunto de como uma
visão de Saúde Pública,
combinada com atitude policial,
diminuiu em muito a violência.
No que se chamou na última década
de O MILAGRE DE BOSTON.
(Que, evidentemente, não tem
nada a haver com as bombas
da maratona, esta semana.)