quinta-feira, 19 de julho de 2012

Truman Capote e os seus socos II




Na biografia do diretor Frank Capra "O homem acima do título" ele não cansa de louvar o cuidado que tinha com os atores ditos coadjuvantes.
Nos 2 filmes que homenageiam Capote saltam às vistas a qualidade do elenco.

Na foto acima está Clifton Collins Jr. que faz um dos 2 assassinos da família Clutter (pai, mãe, filho e filha) do livro de Capote, A Sangue Frio.
O livro baseado numa dramática história real da década de 50, em Holcomb, Kansas.
Uma cidadezinha rural de 500 habitantes (hoje 2000) que amanhece com 4 corpos na casa de uma das suas famílias mais queridas.

O personagem é complexo, por ser um artista sensível e pobre, que foi jogado no meio da miséria e da criminalidade, ainda criança. Descendente em meia parte de índios Cherokees.
O ator consegue transmitir toda a ambiguidade do papel e despertar uma impossível simpatia por um criminoso que agiu com tanta violência.
Catherine Kelner, como Haper Lee, escritora famosa e amiga de infância de TC, é impecável e melhor do que Sandra Bullock na versão do ano seguinte.
Daniel Craig, que reinventou James Bond nos 007 da década passada é grande ator, mas é impossível fazer um Perry Smith melhor do que Collins Jr.
Ademã….

"Nunca escrevi - mais que isto, sou fisicamente incapaz de escrever - qualquer coisa que eu sinta que não serei pago por ela."

"Do ponto de vista de ouvido, Virginia Woolf nunca escreveu uma má sentença."

"Aos 16 anos admirei Thomas Wolfe. Ainda o considero um gênio mas hoje sou incapaz de ler uma só linha dele."

3 frases de TC na famosa entrevista a Paris Review, em 1957, quando já era bajulado por toda nata da elite novaiorquina como seu garoto precoce e genial, mas ainda não lançara o livro que o jogou na posteridade, A Sangue Frio, o romance-reportagem.

P.S.: amanhã tem a última parte.




Cartaz do segundo filme, que no Brasil se chamou "Confidencial", sabe Deus porque.