Os anos são degraus: a vida, a escada.
Longa ou curta, só Deus pode medi-la.
E a porta, a grande porta desejada,
só Deus pode fechá-la, pode abri-la.
São vários os degraus: alguns sombrios,
outros ao sol, na plena luz dos astros,
com asas de anjos, harpas celestiais;
alguns quilhas e mastros, nas mãos dos vendavais !
Mas tudo são degraus; tudo é fugir
à humana condição.
Degrau após degrau,
tudo é lenta ascensão.
Senhor, como é possível a descrença,
imaginar sequer que ao fim da estrada
se encontra, após esta ansiedade imensa,
uma porta fechada
e mais nada ?
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