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É doloroso para todos a situação do
ciclista Lance Armstrong, 41 anos.
Ele apareceu num programa Oprah especial,
ontem,
dividido em 2 partes,
com quase 3 horas de duração.
Foi excessivo !
Ficará na lembrança de todos
menos pelo que ele disse,
e mais pelo que ele não disse…
e não poderia dizer.
Nos primeiros 30 segundos ela fez
uma sabatina de sim ou não,
onde ele já admitiu o dopping
com EPO (eritropoietina,
uma substância que se usa em pessoas
que fazem diálise para aumentar o número
de glóbulos vermelhos),
anabolizantes,
dopping de sangue, etc.
Vencedor de uma das provas mais exigentes
do circuito mundial,
a Volta da França, 7 vezes seguidas,
entre 1999 e 2005.
Em 2002 tinha estado numa lista
dos 10 atletas mais limpos,
pela revista Sports Ilustrated.
Passou anos para admitir o que um relatório de mil páginas da agência antidopping americana já divulgara.
Tem uma fundação contra o câncer, que vendeu as pulseirinhas amarelas da Nike que foram moda anos atrás.
Aos 25 foi diagnosticado com câncer de testículo, já com metástase para o pulmão e o cérebro.
Curou-se e retomou a carreira.
Muitas resenhas disseram que ele não falou sobre os criadores e desenvolvedores do seu dopping.
E outras coisas.
Muito difícil falar deste assunto sem fim.
A sociedade vai ter que conviver com dopping por muitas décadas.
Ele está sempre anos à frente dos exames para detectá-lo.
Se numa final olímpica o microfone anunciasse:
"Aqueles que já usaram dopping
saiam do estádio ou uma onda magnética vai
matar vocês", além dos atletas, metade da platéia se retiraria.
O dopping de Lance foi descoberto porque alguns exames sugeriram e como ciclismo profissional é uma equipe com dezenas de pessoas ( os que puxam a corrida, os que deixam o campeão passar,etc) e alguns abriram a boca.
No atletismo, por exemplo, como é um grupo reduzido dificilmente isto vazaria.
Aconteceu com o canadense Ben Johnson porque ele não respeitou a janela entre o anabolizante e o tempo para os exames.
Num mundo onde milhões de adolescentes tomam anabolizantes para sair de camiseta mostrando os braços no carnaval, como um atleta com milhões de dólares de patrocínios diretamente relacionados com as vitórias, vai se recusar ?
Ele disse que já perdeu 75 milhões de dólares,
de patrocínios neste último ano.
Tenta salvar a fundação que tem o seu nome
e ajuda contra o câncer.
A impressão final foi que ele, como muitos outros, depois de negar por década, tenta entregar os anéis para salvar os dedos.
Talvez não seja mais possível.
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