sábado, 20 de junho de 2015

Tywanza Sanders, 26 : a difícil grandeza do Perdão





Tywanza Sanders, 26 anos,
morreu junto com outros
2 familiares 
(9 mortes ao todo)
no Massacre da Igreja Evangélica 
nos Estados Unidos.
Numa época que está acabando
de igrejas sem portas giratórias
para detectar armas.

"Nós recebemos o criminoso
de braços abertos na
nossa sessão de
estudos da Bíblia.
Você matou algumas
das melhores pessoas que eu coneço.
Cada fibra do meu corpo dói
e eu nunca mais serei a mesma. "

"...que Deus tenha misericórdia
de você. "

"Nunca mais vou poder abraçar
minha mãe novamente.
Mas eu o perdôo.
Você me machucou,
machucou muitas pessoas.
Mas Deus te perdoa."

Acima frases dos depoimentos
de algumas dos parentes das vítimas
que o assassino teve que
ver por videoconferência.

O perdão é muito,
muito difícil.

Na sociedade nordestina
quando acontece um crime 
o primeiro pensamento
de muitos parentes  é
contratar um pistoleiro
prá vingar,
num ciclo sem fim de 
morte e dor,
agravado pela demora e dificuldade
da justiça legal exercer
sua função.

Que Deus nos proteja  !!!

Comentário de
Manoel Carlos Pinheiro
a esta matéria,
também postada no Facebook :

Na condição de agrestino 
lido com o perdão de forma
 muito diferente dos cristãos 
que oferecem a outra face.

Sou capaz de perdoar 

desde que me peçam perdão, 
contudo só dou o direito de me pedir perdão
 a quem atender a três condições:

- reconhecimento de responsabilidade ou culpa;


- arrependimento sincero; e


- reparação possível.


Minha resposta ao comentário acima,
postado no Facebook por
Manoel Carlos Pinheiro :

Manoel Carlos Pinheiro
 
Muito bom adendo 
(que eu aproveitei para acrescentar 
à matéria lá no blog). 
Como todo bom adendo, 
acrescenta intermináveis vertentes de discussão. 

A primeira delas é que o perdão puro
e simples pode ser poético 
e adequado à profundidade das 
mensagens de auto-ajuda do Facebook, 
mas é injusto com a vítima. 

Os que sobreviveram são apenas vítimas indiretas. 
As vítimas diretas, neste caso, 
são os que morreram. 
E não sei se eles teriam um perdão 
assim tão apressado. 

Não consigo imaginar o que seria 
do que chamas de "reparação possível "
em um crime tão brutal quanto este massacre. 

Uma doação financeira contribuindo
com alguém que trabalha
por um mundo mais honesto ? 
As cestas básicas que a justiça brasileira 
popularizou (às vezes diminuindo a estatura do delito) ?

O arrependimento sincero de sociopatas,
como o assassino deste caso,
é quase impensável. 

Reconhecer a culpa talvez 
quando na maturidade ele se avaliar
no corredor da morte ? 

De qualquer maneira, 
obrigado por levantar as questões.

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