Lembras-te minha irmã
da velha casa colonial em que nascemos
e onde havia o retrato do Vovô Simões Lima? (...)
Lembras-te da maior emoção que já tivemos
tão forte que ficamos parados
olhando-nos mutuamente :
Aquela tarde em que chegou
"O Grande Circo Internacional de Vigo"?
O palhaço Serafim...
O anão que engolida espada...
O cachorro que sabia números...
O homem que sabia mágicas...
O cavalo ensinado...
O burrico que mordia o palhaço....
O palhaço que levava tombos...
Um dia o circo foi-se embora
Eu era um menino de olhos extasiados
Que tinham saudades
mas não choravam nunca ! "
Jorge de Lima, 1925.
Copiado da coluna de Luzirá
no DP de hoje
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