O que devo a Paris
Eu, Mario,
podia ter escolhido Roma,
que sempre tive como
"a minha cidade",
mas escolhi Paris.
Porque não a amava.
Porque não gostava dos franceses.
Porque não queria amortecer
a minha queda íntima.
Em Paris, exilei-me e fui exilado;
em Paris, esqueci-me
e fui esquecido;
em Paris, escrevi e parei de escrever;
em Paris, esvaziei-me e esvaziaram-me;
em Paris, desamei-me
e me tornei amável
para quem realmente interessa.
Em Paris, perdi as ilusões
que acreditava jamais ter tido.
Devo o nada a Paris.
E, por isso, devo tudo a Paris.
Mario,
no site de
O Antagonista
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