sábado, 24 de dezembro de 2011

Soneto (de Natal), Baltasar Estaço, século XVI




Amor sublime, eterno, incompreensível,
amor que o torpe amor converte em puro,
amor que ao duvidoso faz seguro,
amor que tudo vê sendo invisível.

Amor que faz suave ao insofrível,
amor que mostra claro o que era escuro,
amor que faz mais brando o que é mais duro,
amor que facilita ao impossível.

Amor que tudo vence e tudo apura,
o homem com seu Deus pacificando
quis que este Deus ao homem se juntasse.

E juntos o criador e a criatura,
que a criatura em Deus ficasse amando
e Deus nas criaturas sempre amasse.