segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O deserto parou, Orlando Caetano





O deserto parou à tua porta
e viu lá dentro
- era uma casa transparente -
jardins floridos
repuxos de água fresca
e confortáveis redes de repouso.

Ouviu sonatas ao piano
e eram mãos delicadas
- as tuas -
que o tangiam.

A porta estava aberta para todos
a casa estava cheia de convivas,
só o deserto
por ser deserto
lá não podia entrar.

  P.S. :
Grande amigo
e poeta português.

Escultura de Camile Claudel,
A Valsa

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