CANTO PARA AS TRANSFORMAÇÕES DO HOMEM
fragmento
Onde se destrói o mundo
em que vivo aí estou.
Onde há destruição,
aí se define o meu caminho.
Onde os deuses se desmoronam
é que apareço sem rosto
atrás de suas formas
feitas de noite e de medo.
Onde se morre, onde se nasce.
Onde se morre é que eu renasço.
em que vivo aí estou.
Onde há destruição,
aí se define o meu caminho.
Onde os deuses se desmoronam
é que apareço sem rosto
atrás de suas formas
feitas de noite e de medo.
Onde se morre, onde se nasce.
Onde se morre é que eu renasço.
( outro fragmento de poema ) :
- Meu pai, o que é a liberdade ?
È um homem morto na cruz
por ele próprio plantada,
é a luz que sua morte expande
pontuda como uma espada....
São quatro cavalos brancos
quatro bússolas de sangue
na praça de Vila Rica
e mais Felipe dos Santos
de pé a cuspir nos mantos
do medo que a morte indica.
É a blusa aberta do povo
bandeira branca atirada
jardim de estrelas de sangue
do céu de maio tombadas
dentro da noite goyesca.
É a guilhotina madura
cortando o espanto e o terror
sem cortar a luz e o canto
de uma lágrima de amor.