domingo, 19 de fevereiro de 2012

"Ó, Deuses!" "Como os gregos vivem agora"




A Folha de São Paulo de hoje traduziu e resumiu um caudaloso artigo que saiu na Revista do Domingo do New York Times de hoje sobre como a vida cotidiana dos gregos está sendo afetada pela crise econômica.
Como mudou a mentalidade do país com a chegada do euro e o povo trocou as idílicas cidadezinhas, quase rurais, pela agitada Atenas, onde agora vive a metade da população do país.

Desde 2009 um quarto de todas as empresas do país fechou as portas. Metade das pequenas empresas não tem dinheiro para pagar os funcionários. A taxa de suicídio aumentou 40%. O desemprego dos menores de 25 anos é mais de 50 %. A população, com medo dos calotes bancário, retirou 30% do dinheiro e guardou no colchão ou no quintal.
Ao contrário da crise dos anos 40, quando muitos gregos deixaram o país em busca de emprego, não são agricultores que estão partindo, mas engenheiros e médicos. Sinalizando que não está havendo apenas uma deteriorização da economia, mas de um sistema social inteiro.

O repórter, esperançoso, acha que o senso de comunidade pode salvar o povo grego. E cita um exemplo: depois de uma reunião saiu com um amigo à procura de um restaurante. Encontraram uma velhinha descendo as escadas e lhe perguntaram onde encontrar um restaurante. A senhora lhe perguntou: Ainda não jantaram? E eles: não!!! E ela, uma pessoa inteiramente desconhecida para eles: Então entrem aqui em casa que eu vou preparar um jantar para vocês.

Imperdível para quem quer, além dos números, ver os litros de sangue que jorra de um povo quando instituições financeiras irresponsavelmente "disponibilizam" todo dinheiro do mundo para crescimento, sem estarem certas de que aquele país pode arcar com os custos dos empréstimos.
Depois a conta tenebrosa que é lançada, para tentar recuperar cada euro emprestado sem boa avaliação.

Outro dia um ministro de Portugal se lamentava, dizendo como o país estava arrependido quando cedeu à ilusão do dinheiro fácil dos bancos e construiu auto-estradas de altíssimo custo em regiões quase rurais.
Chorar sobre o leite derramado ?
Não adianta mais.

O link para a versão da Folha abaixo e também o link do NYT.
No original do NYT o artigo se chamou
"Como os gregos vivem agora".
Boa digestão carnavalesca…
se possível.