domingo, 12 de fevereiro de 2012

Pat Tillman: a história de um soldado. Imperdível !!!





A história de Pat Tillman (PT) foi matéria aqui do blog 1 ano e meio atrás, quando o filme foi lançado nos EUA com críticas elogiosas.
O filme saiu em Blu Ray e está passando no HBO.
Nunca saiu em DVD no Brasil.
Deveria se tornar um sucesso entre os jovens, sobretudo os iludidos por corporações, militares, religiosas ou outras.

PT era um conhecido jogador de Futebol Americano do Arizona, de 26 anos, casado.
Em 2002, chocado no pós atentado de 11 de setembro decide recusar um contrato de quase 4 milhões de dólares para um novo time e se alistar como voluntário, junto com o irmão Kevin, para lutar no Iraque e Afeganistão.

2 anos depois morreu em ação neste último.
Seu irmão Kevin chegou no local 10 minutos depois e todos os "amigos" informaram que tinham sofrido um "ataque do talebã ".
Detalhe: ninguém viu nenhum talebã,
nem sinal deles.

O governo Bush, especialista em mentiras dos mais variados tamanhos, viu no fato uma oportunidade para incentivar mais jovens a se alistarem, e criou uma fábula:
o seu mais conhecido rosto de militar no Afeganistão morrera em um ato heróico, defendendo os seus outros colegas do fogo inimigo.

2 semanas depois a casa começou a cair.
Um repórter do Washington Post publicou as primeiras verdades sobre a história.
PT morreu em fogo amigo, num tiroteio inexplicável entre 2 partes de um mesmo pelotão, durante o dia, em campo aberto.
Até hoje ninguém conseguiu explicar como um sequência de erros tão primária pode acontecer no exército mais aparelhado do mundo, conhecido por seus "ataques cirúrgicos "sobre Bagdá, com centenas de civis em hospitais, etc, sendo mortos.
É mais para IML do que para sala de "cirurgia".

A Mãe Coragem de PT encarou a luta pelos fatos.
O escritor Jon Krakauer fez um belo livro e
o diretor Amir Bar- Lev materializou o imperdível filme.

O crítico do New York Times que resenhou o livro de Krakauer foi implacável, como deveria ser : "Seguindo-se à morte de Tillman, os comandantes militares violaram muitas de suas próprias regras, para não falar de padrões elementares de decência, tentando transformar um assassinato num golpe de propaganda".

Além desta vingança de divulgar os fatos no livro e filme, a história não deu em nada.
Em algum momento, como já é de praxe neste tipo de história, as vítimas são massacradas novamente. Um dos coronéis diz ao vídeo que não entende porque a família decidiu remexer numa história que estava tão arrumadinha e diz: "Talvez porque eles sejam ateus. E você sabe, para um ateu, depois da morte somos apenas um monte de barro."

Depois de muita, muita pressão, o Congresso americano aceitou convocar os 3 comandantes militares e o Secretário de Defesa para saber porque tinham acobertado a verdadeira história.

Num depoimento de 3 horas, foram ouvidas 83 vezes as palavras "não me lembro".
E tudo ficou por isto mesmo.

Moral da história:
quando você estiver numa grande corporação que lhe prometa solidariedade em tudo, verdade a todo custo, "nenhum marine será deixado para trás" , etc, etc, cuspa de lado.

Quando for conveniente para a corporação,
quando chegar a hora dela beber o seu sangue,
ela vai fazê-lo…
sem pestanejar.