quinta-feira, 30 de junho de 2011

Morte e Vida Severina (DVD) : arrasou!!!




Mais de 30 anos depois da primeira exibição, e com raras reprises, a Globo Marcas lança em DVD o que, para mim, foi o melhor programa já exibido na TV aberta brasileira, EM QUALQUER TEMPO:
MORTE E VIDA SEVERINA (MEVS).

Na década de 60 já tinha sido uma coqueluche nacional este texto poético de João Cabral de Melo Neto, musicado por Chico Buarque (numa época que ele não chegara na decadência atual de rimar "sacrifício"com "amar uma mulher sem orifício", já eleito por unanimidade como o pior verso do cancioneiro popular brasileiro.)

Toda escola de bairro tinha o seu grupo teatral e cada um encenava MEVS.
Afora a beleza pungente do texto, vivo exatamente na região onde se passa a ação do retirante, que para escapar da fome, começa sua longa caminhada de miséria para chegar em Recife.

O LP VINIL com a montagem do TUCA de São Paulo ouvido centenas de vezes, me fez decorar o texto inteiro. Era uma época em que meus neurônios funcionavam melhor do que hoje.

Resumindo: 1 hora e meia de grande beleza cênica. Walter Avancini numa direção perfeita. José Dumont, juvenil, mostrando o extraordinário ator que é. Tudo é perfeito no filme, ou quase.
Elba Ramalho e Tânia Alves excelentes.

1 - Tem legendas em inglês, francês e espanhol, mas não em português. Facilitaria para certas falas regionais, que não serão entendidas por outros sem as letras.
2 - Custa apenas 20 reais nos combos da internet. E os camelôs, mostrando uma inusitada inteligência comercial, lotam as ruas, com cópias a 2 reais. É uma distribuição da cultura. Um tipo de "bolsa cultura"não legalizada.
3 - Nunca entendi porque o poeta dizia não gostar desta sua obra. Acho o texto tocante, e concordo com pequenas edições que foram feitas pelos grupos teatrais, tirando algumas passagens redundantes. A minha geração decidiu militância política e social por obras primas como esta.

Nota de 1 a 10 ?
MILLLLL.
Já vi centenas de vezes,
desde o tempo das fitas de VHS.
Continuarei revendo até morrer.
Muitas vezes acabo com os olhos cheios de lágrimas.