Na década de 60 havia um velho ditado, que chegou a ser título de livro de humor :
HAY GOBIERNO ?
SOY CONTRA!!!
Em cada olhada mais acurada pode-se descobrir mais culpas para o governo.
Não estou falando do governo brasileiro,
mas dos governos do mundo.
O New York Times de ontem, 24.7.2011, trouxe um longo artigo sobre a obesa sociedade americana.
Na minha cabeça também foi difícil me imaginar pedindo para o governo criar mais impostos, além da sangria que ele já faz no Brasil, levando mais de 40% do PIB para lugares como o Ministério do Transporte, como se viu há pouco.
Mas... parece ser o caso.
Os governos e os sistemas de saúde gastam bilhões em pesquisas para terminar recomendando à população que "comam menos e façam mais exercícios".
É um conselho que tem resultado... em nada.
Os povos ocidentais estão cada dia mais obesos.
E, é sempre bom lembrar, há muito tempo deixou de ser uma questão de estética e de se aceitar nas próprias banhas, para um grave problema de saúde pública.
Por trás dos bastidores, o que acontece na prática ?
O governo americano continua subsidiando grandes empresas de agricultura de soja e milho que são as principais fontes do açucar dos refrigerantes e das massas que engordam.
(Isto foi mostrado com brilhantismo no filme "FOOD INC", 2008, no Brasil se chamou ALIMENTOS S.A.)
O dinheiro público é dado para estes generosos grupos que doam milhões na hora das campanhas políticas.
Nos últimos 30 anos, nos EUA, os preços das coisas que engordam (refrigerantes e massas, sobretudo), levando em conta os ajustes da inflação, continuam praticamente os mesmos, graças aos subsídios.
Não por acaso, refrigerantes custam tão baratos e salgadinhos por 1 real, um preço que não cobre nem certas embalagens, se não fossem os subsídios.
Enquanto isto os vegetais, que os governos tanto insistem em fazer a população comer, tiveram um aumento real de 200 % em média.
A solução?
Impostos pesados nos alimentos que fazem mal à saúde.
E subsídios para os alimentos que fazem bem à saúde.
O fumo foi um brilhante exemplo.
Quando os governos ocidentais aumentaram progressivamente o preço do maço de cigarro, o número de fumantes diminuiu proporcionalmente.
Se isto não aconteceu no Brasil foi só porque o governo achou melhor brincar de casinha. Fazendo de conta que estava exportando para o Paraguai toneladas de cigarros por preços ridículos, que dão a meia volta na própria Ponte da Amizade (nunca vi nome tão adequado) e voltando à pátria, para alegria e glória dos contrabandistas.
Se uma coca-cola 2 litros custasse 20 reais e não 2 reais, eu não veria tantos carrinhos de supermercado cheios desta porcaria açucarada que vai gerar diabéticos, obesos e cardíacos no futuro.
O governo tem o meu apoio.
Subsidia os vegetais que fazem bem à saúde e deixa de financiar e taxa pesadamente os vilões da saúde pública.
P.S.: A foto é de um gráfico que apareceu no artigo do NYT.
Mostra que se o governo, SÓ DE NOVA IORQUE, acrescentasse um imposto de 1% nas bebidas açucaradas, aumentaria sua receita em 1 bilhão ao ano.
Em 10 anos evitaria 37.000 pessoas terem diabetes e pouparia 3 bilhões de dólares em gastos de saúde.