terça-feira, 12 de abril de 2011

Alô, alô, Realengo!!! AQUELE ABRAÇO!





Algumas dores são pesadas demais para serem cultivadas.

A alma não aguenta e vira o rosto pro lado.

Foi assim que aprendi na minha juventude, lendo Carlos Castañeda.
Don Juan Maltus, um bruxo índio, conta ao seu discípulo espiritual como foi chamado para ver o corpo do seu filho, esmagado numa pedreira.
Ele olhava e não via.
Era demais.
Era impossível.

42 anos depois de lançada a música, vamos repetir.
Alô, alô Realengo!
Aquele abraço!

É o que o povo sofrido do Rio de Janeiro tem de melhor.
A capacidade de renascer das cinzas e das tragédias,
como um fênix moderno.

Não esqueceremos nossas crianças mortas.
Suas belas vidas interrompidas.
Não vamos embarcar na insanidade do governo de culpar as armas.
Foi uma arma - do policial - que evitou dezenas de mortes a mais.
O pecado está na mão de quem aperta o gatilho e não no gatilho.

As pessoas de bem brasileiras já estão desarmadas há vários anos.
Faltou o governo desarmar
os bandidos e os militares.
O que nunca terá interesse em fazer.

Mudemos de assunto.

Luíza, Milena, futuro Lateral Direito Igor,
futura oficial da Marinha Géssica,
e todos os outros mortos e feridos,
descansem em paz.
Não tentem entender
o cruel mundo em que viveram.
É impossível compreendê-lo.
Mas não deixaremos de refletir para tentar mudá-lo.