de Zulmira Ribeiro Tavares
Nós desejamos pinguins.
Não os de geladeira
com seu peso fixo de massa pintada
sua estatuária de cozinha
sem nenhum sopro de Da Vinci.
Nós desejamos pinguins.
Não os das geladeiras
que nos esfriam os dedos
ao toque de suas penas firmes.
Frios são os caminhos que nos envia a morte.
Desejamos os pinguins de nosso assombro
fechados dentro de nós no desejo
como pérolas nas ostras.
