E a cidade, agora, é como um mapa
de meus fracassos e humilhações;
daquela porta vi os entardeceres
e ante este mármore esperei em vão.
Aqui o incerto ontem e o hoje claro
de toda a humana sorte; aqui meus passos
urdem seu impensável labirinto.
Aqui a tarde cor de cinza espera.
o fruto que lhe deve o novo dia;
aqui minha sombra na não menos vã
sombra final se perderá, ligeira.
Não nos une o amor e sim o espanto;
talvez por isso é que eu amo tanto."
em O outro, o mesmo,
Buenos Aires, 1964.
Copiado da ótima coluna de Luzilá Gonçalves