Morreu ontem, aos 86 anos, um dos maiores barítonos do século XX, Dietrich Fischer-Dieskau.
Era casado com outra lenda da ópera, Julia Varady.
A coloratura da sua voz, a dicção perfeita e o notável senso rítmico são algumas das suas qualidades proeminentes.
Durante 30 anos dominou a cena de recitais e papéis de barítono.
Também ensaiou uma bem sucedida carreira de maestro.
Nenhum outro teve uma gama tão vasta de personagens, tendo certamente a mais dispersa discografia da história da ópera.
Ficará na minha memória pelos Lieder e pelos papéis que fez em óperas wagnerianas, tendo gravado quase todas os trabalhos de Wagner.
Em 1969 foi eleito pela revista Classic inglesa como o segundo maior cantor do século XX, só perdendo para Jussi Bjorling.
Poucos duvidarão desta escolha na segunda metade do século.
A primeira metade teria vozes magistrais como Benjamino Gigli e Caruso, para perturbar a escolha.
Faria 87 anos na próxima semana.
Como todo artista de superb qualidade, a vida material se vai, mas deixa uma obra inesquecível.