quarta-feira, 25 de julho de 2012

Lurildo Saraiva detona o CCC de Recife no livro Água Braba




Lurildo Saraiva, 64, é professor de Cardiologia na Universidade Federal em Recife.
Na juventude foi amigo de Pe.Henrique, assassinado pela ditadura em 1969 e agora escreveu um livro de memórias chamado Água Braba.

O seu relato do enterro do religioso e a repressão policial é a melhor descrição das centenas que já li do doloroso episódio.

O CCC (Comando de caça aos comunistas) era um grupo para-militar informal (ou nem tanto) que perseguia e matava estudantes de esquerda. Existia no Brasil inteiro e é um dos capítulos mais secretos daquela época. Já se insinuou que até Boris Casoy fizesse parte.

Lurildo detona:
"Sei os nomes dos componentes do CCC naquela época em Recife.
Todos estão vivos.
São autoridades.
Todos nós que fomos estudantes sabemos quem são eles.
Vou revelar à Comissão da Verdade."

EU:

O CCC, ao contrário do que muita gente pensa, não eram apenas "os estudantes da Direita". Tinha também empresários que financiavam assassinatos, atentados e toda sorte de crimes.

Num país onde ministros da justiça viram advogados de mega ladrões; onde ex-presidentes desmentem processos do Supremo Tribunal querendo tornar verdadeira a piada de que "o mensalão não existiu", não acredito que a força da lei toque qualquer destes financiadores ou atuantes criminosos da Ditadura.
Mas, já seria um bom exemplo expô-los.
Para que seus parentes entendam que a impunidade tem um limite, mesmo em países de legislação faroeste feito o Brasil.

Os 2 capítulos emocionantes estão nos links abaixo da revista universitária
artesensu.

Imperdíveis !!!

Valeu Lurildo !
(que foi meu professor nos 2 anos de Residência do Hospital Barão de Lucena).
Prá mim é importantíssimo que, além da historiografia oficial -mesmo honesta- de grandes eventos, se produza a memória das pessoas.
E a história das lutas democráticas de Recife foram feitas por um povo corajoso e bravo que deve honrar a nós pernambucanos.

A foto que ilustra é da antológica luta da Rua Maria Antônia em São Paulo dos componentes do CCC que estudavam na Mackenzie e os esquerdistas da vizinha Faculdade de Filosofia.





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