" Não como comida industrializada. Nunca dei ao meu filho tal alimentação. Nem darei."
declaração da Uber Model, na Folha de São Paulo.
Na foto ela e Benjamin, de pouco mais de 1 ano.
Na contramão do bom senso da modelo, na minha clínica diária de crianças pobres as mães que, felizmente, deixaram de ser enganadas pelas maravilhas do leite em pó, têm agora uma nova obsessão.
100 % das mães pobres que atendo não estão interessadas em dietas certas ou naturais.
A pergunta de todas elas é:
QUANDO POSSO DÁ DANONINHO AO MEU FILHO?
Danoninho é agora uma nova epifania, graças à propaganda.
Aquele alimento que virou rito de passagem para a abundância, para a maioridade e para o reconhecimento.
Hoje no Supermercado Bonanza tinha uma mãe na minha frente, na fila do caixa, com um filho de meses no braço, outro de pouco mais de 1 ano no chão, de Havaianas remendadas, e sua única compra era... pacotes de Danoninho.
Não sei se era melhor quando todas as mães da minha cidade achavam que os seus filhos deveriam se chamar Cauã, Cauana ou Cauê. Ou quando começou a nova onda dos nomes duplos proparoxítonas. Tâmise Élise não é o pior deles.
Tudo só reflete uma total ignorância sobre bebês e uma enorme indigência humana, de quem acha que o filho só pode ter um significado na vida se lhe for dado o nome mais esdrúxulo que se possa inventar.