terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ministro da Saúde Alexandre Padilha no Roda Viva, parte final.




Saúde Pública é questão com milhares de facetas e estas 2 postagens são apenas "toques ".

1. Os entrevistadores do Roda Viva tocaram num ponto que me incomoda muito.
Por que o governo federal decidiu sair construindo UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) em milhares de cidades onde o atendimento médico é prá lá de africano ?
Se explica, no meu exemplo mais próximo, UPAS em Recife, onde emergências mais que superlotadas recebem todos os pacientes graves do estado de Pernambuco.
Mas, nas outras cidades pernambucanas, por que construir uma UPA, unidade e administração independentes, quando o hospital local não funciona ?
Não seria melhor colocar o dinheiro das UPAS no sistema que já existe ?
Ou o governo caiu na real e descobriu que o Brasil não é a Suiça onde se pode municipalizar tudo sem que o dinheiro aplicado suma pelo ralo ?

2. O SAMU me traz as mesmas dúvidas.
Entendo uma cidade como São Paulo ter uma central de atendimento de urgência.
Mas, saindo das grandes cidades brasileiras, o SAMU é irreal.
Caro e complicado, seria muito melhor ter uma unidade dentro do hospital local que atendesse as emergências nos lugares das ocorrências do que criar um mastodonte que, como todos os outros mastodontes brasileiros, logo estará sem verbas suficientes e abandonado.

3.Finalizando:
- Gostei muito da entrevista e de colocar em debate nacional coisas tão importantes.

-O ministro se saiu muito bem. Mostrou ser consciente, articulado e sereno. Apresentou idéias de honestidade e real interesse pela solução dos incontáveis problemas da Saúde Pública brasileira. Depois da traumática transformação, tipo a Bela-e-a-Fera, do arauto da honestidade Senador Demóstenes, ficamos todos de orelha em pé.
Mas é sempre bom considerar as pessoas do Bem, até prova em contrário.

- É cansativo ouvir elogios no Atacado da Saúde do Brasil, quando o varejo é tão apocalíptico.
Todo político gosta de citar um hospital do interior de São Paulo, por exemplo, onde se faz milagres pelo SUS.
É arejador, mas não muito.
O nó e o gargalo da Saúde no Brasil é o varejo.

O Atacado da saúde no Brasil tem qualidade internacional.
1% das pessoas, como os políticos que são recebidos com tapete vermelho e a melhor medicina do mundo no Sírio Libanês, de São Paulo, vão resolver suas demandas.
99%, entre eles eu, vão sofrer prá xuxu.

É a angústia de saber se, mesmo com planos de saúde, na hora que precisar você vai morrer numa porta de emergência por falta de condições para resolver o seu problema.