domingo, 6 de fevereiro de 2011

Jussi Bjorling, 100 anos e a mais eletrizante Madama Butterfly.






Jussi Bjorling, tenor sueco, teria feito 100 anos ontem.
Aqui nossa homenagem a este extraordinário cantor lírico.
No áudio o dueto de amor de Madama Butterfly.
Ele, Victoria de Los Angeles e o Maestro Gabrielle Santini.

Existem muitas Butterfly inesquecíveis:
1 - A de Maria Callas com Nicolai Gedda e regência de Karajan, com o La Scala.
2 - a de Benjamino Gigli e Totti dal Monte (que faz todo o primeiro ato com uma voz infantil) e regência de De Fabritis.
3 - e muitas mais, incluindo a de Pavarotti,etc.

Na minha opinião só Bjorling deixou passar a erotização desta cena, deixada nas entrelinhas por Puccini.

Um tenente da marinha americana, estacionado por meses no porto de Nagasaki, Japão, faz um casamento de conveniência com uma moça pobre local de 15 anos.
Este dueto acontece quando, acabada a cerimônia do "casamento"as portas da casa começam a se fechar para a primeira noite de amor.

Bjorling transmitiu toda a tesão de um incontrolado alazão americano, prestes a satisfazer seus desejos com a angelical japonesa.

Nem na literatura vi uma expressão de paixão tão intensa como esta.
No meio do primeiro ato de amor alguém olhar para o céu e dizer como ela,
" OH NOITE!!!
OH QUANTAS ESTRELAS!!! "
E ele:
"VENHA VER.
O MUNDO TODO DORME.
VOCÊ É MINHA."

É a arte no seu mais elevado gráu.
E pensar que nas últimas décadas a juventude foi erotizada através de pagodes e rebolations!!!
É de chorar!!!

P.S.: Existe uma recente caixa da EMI, que foi onde ele gravou a parte mais importante da sua obra, com 5 cds, vendida por ridículos 15 euros: 34 reais.
Onde?
Na amazon italiana.
Obrigado pela dica.
kkkk



P.S.: Neste link do site Terra.músicas tem a tradução feita automaticamente pelo google do fim deste primeiro ato.


2 - Lady Charteley teve que ser muito podada pela moral do início do século XX.
A única cena erotizada com categoria, ao nível desta da Butterfly, que lembro é em UM HOMEM POR INTEIRO, de Tom Wolfe, quando o personagem é levado para ver a cobertura sexual feita por um cavalo de raça. O escritor não mede as palavras... e o leitor mais sensível, feito eu, tem que levantar prá ir tomar um copo de água.