O advogado e ex-investigador da Polícia Civil do Estado de São Paulo,
ROGER FRANCHINI,
entrou no mundo das letras e publicou o seu segundo livro.
Um jornal de Recife fez a resenha e uma entrevista com o autor.
É um tema que habita a curiosidade de todo brasileiro.
Como se consegue fazer um túnel embaixo do Banco Central, em Fortaleza, e levar 165 milhões de reais em notas usadas, prontas para serem incineradas?
Foi em agosto de 2005.
Os sacos de dinheiro tiveram que ser levados em dezenas de viagens, tal era a quantidade.
O autor diz ter baseado o livro no processo, que está em parte na internet, no site do Tribunal de Justiça do Ceará.
A história é interessante mas o livro é fraco e confuso.
Prá quem imaginar qualquer coisa como uma investigação que deu origem a A SANGUE FRIO, de Truman Capote, pode ir se recolhendo.
Não passa nem perto.
Alguns dados eu já conhecia.
Outros não.
Segundo o autor, que leu os processos:
1 - dos 165 milhões roubados, só 50 milhões foram recuperados.
O resto ficou com os ladrões e, a maior parte, com a polícia paulista que sequestrou dezenas de familiares dos bandidos para pedir resgate.
Fiquei pasmo com esta parte.
Pensei que tinha sido uma coisa ocasional, mas ele diz que diversos policiais viajaram de São Paulo para Fortaleza só para extorsão.
Ele diz que na época a polícia paulista parou prá qualquer outro assunto que não fosse capturar bandidos e familiares para pedir resgaste e enriquecer.
2 - aquela queima de ônibus e ataques a policiais que aconteceu em São Paulo, segundo o livro, foi uma vingança do PCC porque policiais de Suzano sequestraram o filho do líder do PCC Marcola, que estava preso, e pediram 100 milhões de resgate.
Nada do que foi noticiado na época. Que era porque alguns dirigentes tinham sido transferidos para Penitenciária de Segurança Máxima.
Na Livraria Cultura o livro custa 17 reais.
Vale à pena como reportagem, mas não como literatura.
P.S.: Tudo que está acima foi tirado do livro. Não tive paciência nem de ler a sentença que está na internet, pois toma dezenas de páginas.
É um assunto muito complexo prá ter opinião própria.
