terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sílvio Santos: ABC de um gênio.




A - ABRA UM BANCO.
Não se preocupe muito com a contabilidade.
Bancos brasileiros não são feitos para ter contabilidade,
mas para dar lucros.
Ter bons amigos na praça, como diz a frase popular, é o principal.

B - BLEFE TUDO O QUE VOCÊ PUDER.
Os ricos brasileiros apostam milhões nos cassinos de Las Vegas.
Só meia dúzia sai no azul.
Os outros são perdedores...
mas valeu a diversão.

Dito isto,
torça para acontecer o inacreditável:
- a valorosa Caixa Econômica Federal que, quando fui solicitar para DIMINUIR (não foi aumentar) o meu limite de cheque azul, exigiu vários documentos e fez pesquisa na SERASA sobre a minha ficha financeira;
- a rigorosa CEF (sabe Deus por influência ou mando de quem) comprou 39% das ações do banco de Sílvio Santos, sem mandar um único auditor olhar as contas.

Qualquer aluno do primeiro semestre de Contabilidade teria visto o óbvio:
O Banco Panamericano vendia títulos, pegava o dinheiro e não entregava os títulos.
Nos próximos dias recolocava os mesmos títulos para nova venda.
Uma singela brincadeira cujo rombo, agora avaliado, é de 4 BILHÕES de reais.

C - CHEQUE MATE.
( email: Caro senhor dono do blogue, em minha época Xeque-mate era com "X".
EU: Concordo, mas o que estou falando aqui não é o do xadrez, é o cheque de papel, aquele que esta caindo em desuso nos bancos.)

É neste ponto que entra a genialidade absoluta de Sílvio Santos.
Logo depois do estouro do escândalo ele fez o que ninguém imaginava: decretou a LIQUIDAÇÃO do banco.
Isto arrastaria para a lama sua sócia mais famosa, a CEF, e traria uma contagiante e perigosa inquietação no sistema financeiro do país.

A solução:
a CEF teve que entrar com um aporte de novos 10 bilhões para dar solvência ao Banco Panamericano.
Sílvio Santos saiu desta história sem uma mancha na sua ficha limpa, sem ter nenhum bem indisponível, mas com a certeza, não revelada na imprensa, de ter dado o maior golpe bancário dos últimos anos.

Como diziam as histórias que minha irmã lia prá mim antes de dormir,
"entrou por uma perna de pinto,
saiu por uma perna de pato,
seu Rei mandou dizer
que você contasse quatro."

Foi uma lorota e tanto!!!

P.S.: esta matéria foi só uma transformação novelesca que fiz, da nota de Fernando Castilho, na sua coluna de domingo "JC negócios", no Jornal do Commercio, de Recife.