terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ninguém venha me dar vida, Cecília Meireles







Ninguém venha me dar vida,
que estou morrendo de amor,
que estou feliz de morrer,
que não tenho mal nem dor,
que estou de sonho ferida,
que não quero me curar,
que estou deixando de ser,
e não quero me encontrar,
que estou dentro de um navio
que sei que vai naufragar,
já não falo e ainda sorrio,
porque está perto de mim
o dono verde do mar
que busquei desde o começo,
e estava apenas no fim