sábado, 12 de novembro de 2011

Nise da Silveira, brasileira.





"Durante esses anos todos que passei afastada, entrou em voga na psiquiatria uma série de tratamentos e medicamentos novos que antes não se usavam. Aquele miserável daquele português, Egas Moniz, que ganhou o prêmio Nobel, tinha inventado a lobotomia. Outras novidades eram o eletrochoque, o choque de insulina e o de cardiazol. Fui trabalhar numa enfermaria com um médico inteligente, mas que estava adaptado àquelas inovações. Então me disse: "A senhora vai aprender as novas técnicas de tratamento. Vamos começar pelo eletrochoque." Paramos diante da cama de um doente que estava ali para tomar eletrochoque. O psiquiatra apertou o botão e o homem entrou em convulsão. Ele então mandou levar aquele paciente para a enfermeira e pediu que trouxessem outro. Quando o novo paciente ficou pronto para a aplicação do choque, o médico disse: "Aperte o botão." E eu respondi: "Não aperto." Aí começou a rebelde."

EU: Nise da Silveira, psiquiatra alagoana que viveu a maior parte da vida no Rio de Janeiro, é um dos mitos da minha vida.
Corajosa, ousada, rebelde e intransigente com sua sensibilidade.
Influenciada por Jung abordou a doença mental pelo lado da arte e da mitologia.
Está em produção um filme brasileiro sobre ela, com Glória Pires no papel principal.
Torcemos para que seja um épico brasileiro e a nação possa conhecer mais desta mulher excepcional que teve a honra de conhecer pessoalmente em seu apartamento no Rio, na década de 70.