Morreu o Cardeal Carlo Maria Martini, 85, arcebispo de Milão durante 20 anos, até 2002, quando se aposentou.
Jesuíta de formação, esteve toda a vida no núcleo do governo do Vaticano e foi cotado para Papa em alguns conclaves.
Sua morte repercute ainda mais com uma entrevista dada poucas semanas atrás em que diz que "a Igreja Católica parou há 200 anos".
O link abaixo expande a notícia, no site da BBC brasileira :
Duas das afirmações poderosas abaixo:
"A nossa cultura envelheceu, as nossas igrejas são grandes e vazias e a burocracia eclesiástica está crescendo, os nossos ritos religiosos e vestimentas são pomposos".
"Os escândalos sexuais envolvendo crianças nos obrigam a uma viagem de transformação".
P.S.: Céticos podem argumentar que são palavras de um homem de 85 anos, na beira da morte, e com uma avançada Doença de Parkinson.
A coerência de toda a entrevista, que está em parte no link do Corriere abaixo, mostra o contrário. Uma lúcida e coerente reflexão de um homem de Deus, no fim da vida, e com um enorme alcance histórico de quem esteve no centro do Poder desde sempre.
EU: A Igreja Católica como lida com a Fé e os assuntos mais importantes e poderosos da vida, não pode navegar ao sabor das paradas de sucesso de um mundo feito de distrações.
Mas isto também não a obriga a seguir normas que podem ter sido adequadas 500 anos atrás.
Como tudo que envolve Poder, os de plantão sempre tentam azeitar o core da doutrina com o que lhe é conveniente. Delimitar para que horizonte deve ser virado o seu banheiro ou se você pode usar camisinha ou não, é uma extrapolação incontornável de qualquer doutrina.
Aconselhamentos são sempre bem-vindos.
Mandamentos devem ser acrescentados com grande precaução.
" PRO VERITATE ADVERSA DILIGERE"
era a frase do brasão do Cardeal.
"Pela Verdade, escolher também
as situações desfavoráveis."
Falou e disse !
Uma série de entrevistas e pequenos artigos na sessão "Cronache", do Corriere della Sera, de Milão :
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