terça-feira, 18 de setembro de 2012

Manuel Bandeira, Ubiquidades




Estás em tudo que penso,
Estás em quanto imagino:
Estás no horizonte imenso,
Estás no grão pequenino.

Estás na ovelha que pasces,
Estás no rio que corre:
Estás em tudo que nasce,
Estás em tudo que morre.

Em tudo estás, nem repousas,
Ó ser tão mesmo e diverso !
(Eras no início das cousas,
Serás no fim do universo.)

Estás na alma e nos sentido.
Estás no espírito, estás
Na letra, e, os tempos cumpridos.
No céu, no céu estarás.