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Veio de Maceió com 1 mês de vida, 8 anos atrás.
De tão franzina, o nome se impôs : " PEQUENA".
Era tão inteligente que eu dizia aos funcionários ,
em tom de brincadeira, que,
se um dia ela começasse a falar,
ninguém se admiraria.
Foi minha grande professora de filosofia.
Com ela aprendi mais sobre o amor e amizade do que com
Diotima de Mantinéia, no Banquete de Platão.
Nas últimas semanas me ensinou a morrer.
Exatamente como gostaria, se tiver escolha :
ficava horas sentada nos lugares do jardim que mais gostava,
com o olhar perdido no horizonte.
Justificava a lenda japonesa de que antes da morte a gente escolhe os momentos mais felizes da vida para levar para a eternidade.O olhar não tinha tristeza, nem dor.
Só alumbramento e preparativo para a Grande Viagem.
Como não existe hemodiálise nem transplante de rins para cachorro, morreu de Insuficiência renal ,
cercada dos filhos e dos amigos.
Escolheu partir nas proximidades do Dia de Ação de Graças.
O dia que a humanidade agradece os benefícios que recebeu.
A tristeza e a saudade que deixou são desprezíveis
ante a enormidade da gratidão .
Gratidão à vida por ter conhecido
um ser tão Amoroso,
tão Compassivo e tão Inteiro como ela era.
Obrigado "Pequena" !!!
Descansa em paz !!!
Tenho esperança de te encontrar no futuro,
em algum lugar do universo.
Acredito na ressurreição de TODOS os mortos,
humanos e não humanos .