terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Imprensa Ufanista pode ser igual a Verdade Moribunda.



Ufanismo na imprensa deveria ser a primeira aula de qualquer curso de Jornalismo.
O perigo de desandar é colossal.
Obrigatório acender todos os sinais amarelos de alerta.

A cobertura das 2 guerras do Golfo é uma página negra na imprensa mundial. Todos os órgãos de imprensa embarcaram nas lendas de "mísseis com precisão cirúrgica" e outras inverdades.
Se os cirurgiões tivessem a IMPRECISÃO daqueles mísseis que caíram no Kuwait e em Bagdá já teriam encerrado suas atividades.

A invasão do Complexo do Alemão foi, justamente, fonte das manchetes dos últimos dias.
A velha lenda da luta do "bem contra o mal",etc,etc.

A ação do Estado foi oportuna e necessária.
A cobertura de um jornalismo onde se imagina estar a nata da intelectualidade brasileira foi vergonhosa.
Perdeu-se o censo crítico.

A imprensa demorou dias para divulgar - e poucos jornais o fizeram - a história do morador que tinha 31 mil reais em casa, de uma rescisão trabalhista, e, mesmo mostrando toda a documentação, teve o dinheiro levado por um agente da lei.
Prá que manchar a vitória do bem contral o mal com detalhes?
Eis uma boa questão.

Num certo dia tinha 2 grandes matérias no jornal:
1 - "Tráfico perde 100 milhões de reais em uma semana."
2 - foto da casa do gestor do morro, com uma piscina de fibra de vidro 3 por 4 metros, que está em qualquer catálogo da Compra fácil, mas a imprensa considerou como o píncaro do luxo.

Nós não vivemos numa era de descrença.
Vivemos numa ERA DA CRENÇA.
As pessoas perderam toda a capacidade de reflexão.
Acreditam em tudo que a mídia diz.

No caso das 2 manchetes, a imprensa que atacou -com inteira razão- os usuários de drogas, que são os financiadores do tráfico, esqueceu de sequer mencionar os Grandes Donos das Drogas.
Quem serão?

E aí a mancada das 2 manchetes.
Pessoas que ganham 100 milhões de reais por semana moram em casas com piscinas de 3 por 4 metros?
Certamente, não.
As pessoas do morro, por mais perigosas e cruéis que sejam, não são as donas das drogas. São as intermediárias.
Os donos de um negócio que rende 100 milhões semanais em um único bairro, a acreditar no que a imprensa divulgou, pousam de helicóptero nos jardins das próprias mansões, e passam fins de semana em Miami.
Não têm piscinas de plástico no quintal.

Quem são elas?
Não tenho a menor idéia.
E nem diria, se a tivesse,
já que tenho que preservar o meu pescoço envelhecido.
Mas as 2 manchetes não batem.

A imprensa faz um papelão quando perde sua reflexão e se entrega a qualquer assunto que venda o seu jornal ou aumente seus expectadores.
JORNALISMO INDEPENDENTE são 2 palavras que nem deveriam ser escritas juntas. A primeira já deveria incluir a segunda.