Eu andava bem entristecido com o Diário de Pernambuco.
A nova diagramação é confusa e repetitiva.
E no final de 2010 a redação deu a impressão de estar de pileque.
Morri de rir com as manchetes desproporcionais.
Quando Lula veio lançar a pedra fundamental de uma montadora de carros, a manchete de primeira página só faltou dizer que era o dia mais importante da humanidade, desde a descoberta da roda.
Mas ontem o caderno dominical, agora chamado AURORA, me surpreendeu.
Uma reportagem de 5 páginas do repórter André Duarte sobre Dr. Chico Pedrosa,
hematologista e cancerologista.
Conheci o mesmo em 1976-77, enquanto fazia Residência Médica no Hospital Barão de Lucena.
Lá era referência para pacientes com Leucemia.
Ficava nocauteado a cada um que chegava.
Alguns na faixa de 20-25 anos e cheios de esperança.
Leucemia Mielóide Aguda tinha prognóstico de 3-6 meses e era duro cuidar destas pessoas com destino tão trágico.
Nunca esqueci um só nome destes pacientes que acompanhei junto com Dr. Pedrosa.
Era um rapaz de 25 anos do interior da Paraíba que a mulher e o filho pequeno vieram visitar 1 vez.
Era a mocinha jovem da zona canavieira que o marido abandonou depois da doença, e como isto apressou a sua morte.
Pedrosa estava sempre por perto, prá dar uma mão de qualquer maneira.
Ele é das pessoas inesquecíveis na vida de qualquer aluno.
A matéria conta, entre outras coisas, a luta dele para instalar um setor de oncologia no IMIP e um câncer de intestino que ele sofreu 2 anos atrás.
Também imagino como deve ter sido difícil para ele, com sua propalada timidez, se expor tão abertamente.
De qualquer forma, pessoas como ele vivem o seu papel no mundo e é esta a sua devoção.
A vida médica dele por inteiro é um enorme esforço para ajudar o próximo.
Um grande abraço para ele.
Link abaixo para a inesquecível matéria jornalística,
cujo título é DOUTOR TEIMOSIA: