quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Freud e seus torpedos contra a religião




"A técnica da religião consiste em rebaixar o valor da vida e deformar delirantemente a imagem do mundo real, o que tem por pressuposto a intimidação da inteligência.

A este preço,
pela veemente fixação de um infantilismo psíquico e inserção num delírio de massa, a religião consegue poupar a muitos homens a sua neurose individual.
Mas pouco mais do que isso."

"Até agora, nossa investigação sobre a felicidade não nos ensinou muita coisa que já não fosse conhecida.
E se lhe dermos prosseguimento,
perguntando porque é tão difícil para os homens serem felizes, a perspectiva de aprender algo novo também não parece grande."

Sigmund Freud,
em "O mal estar da civilização."
Citação da coluna de Schneiider Carpegigiani,
no JC de ontem.

EU 1: Em outra passagem deste mesmo livro Freud comenta a carta de um médico americano. O médico disse a ele que voltou a crer em Deus quando viu uma velhinha de rosto suave na sala de necrópsia e que iria interceder a Deus por ele.
Freud destroça a carta. Diz que a velhinha não era mais do que um Complexo de Édipo e que aguarda que Deus ouça a intercessão, mas está certo que isto não acontecerá.

EU 2 : Freud era ateu convicto. Eu não sou. Acredito em Deus e acho religiões fundamentais numa época em que a fé e o simbolismo sagrado estão em seu ponto máximo de degeneração.

Só gostaria que a fé das pessoas fosse menos primitiva.
Mas isto talvez seja pedir demais.

Deus se mostrou a pouquíssimas pessoas na História e nunca quís dizer sequer o seu nome. "Eu sou quem sou" foi o mais longe que Ele foi na sua própria denominação.

Muitas pessoas não percebem sequer a contradição que existe quando passam o tempo da vida fazendo pedidos a Deus e esperando que Ele ouça as suas preces.

Se Deus "ouvisse" Ele não seria Deus.
Ouvir é um atributo físico e material, e alguém que tenha um atributo físico e material não pode ser eterno, nem permanente e não ter princípio nem fim.

Mas, esta é uma longa conversa...