segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Marcelo Silva, Ex-Suzana Vieira


Não tive, não tenho, nem terei qualquer interesse por este tipo de assunto que enlouquece a mídia brasileira ( só soube da queda de Izabela vários dias depois e não assisti nem um segundo do sequestro de Eloá ). Achei muito interessante esta entrevista da psiquiatra dele,
 ( que apareceu no site da EXTRA ), especialmente porque estou lendo o livro "MENTES PERIGOSAS, O PSICOPATA MORA AO LADO " de Ana Beatriz. Na verdade, convivemos com vários psicopatas sem saber da existência de alguns deles. De outros, sabemos.

Psiquiatra que tratou Marcelo Silva traça perfil do paciente e conta detalhes do casamento com Susana Vieira

X., de 57 anos, é psiquiatra e cuidou de Marcelo Silva durante três meses. Foi ela que recomendou a internação do ex-policial militar,que morreu na quinta-feira, na Clínica Jorge Jaber, em Vargem Pequena, em janeiro de 2007.

Dizem que Marcelo Silva sofreu overdose de cocaína.

Isso me surpreende. Raramente a gente tem visto uma pessoa morrer de overdose de cocaína, porque a droga está muito misturada. No auge da droga, com a cocaína pura, aí, sim, tínhamos muita morte por overdose. E o Marcelo não tinha nenhum problema cardíaco nem respiratório.

A senhora foi a responsável pela internação dele?

Sim. Quando ele saiu da clínica, foi um alívio para mim.

Por quê?

Ele era muito imaturo, primitivo... Não entendia por que Susana estava com ele (veja as fotos da união) . Ela o perdoava porque gostava muito dele e não conseguia ver que Marcelo era uma pessoa muito comprometida.

A senhora receitava remédios para ele?

Não. O problema dele era estrutural, de caráter, de formação. Não tinha doença psiquiátrica. Ele era dependente.

Por que ele usava drogas?

Algum dependente diz por quê? Usava porque usava. Desde os 14 anos de idade. Não era bom aluno, mas conseguiu entrar na polícia... Aliás, ele era muito violento.

Durante quantos meses a senhora o acompanhou?

Três meses. A Susana me procurou para tratá-lo porque ele cheirava, sumia de casa com o carro dela e só aparecia no dia seguinte. Quem me indicou foi um médico da Susana. Mas ele começou a recair toda hora. O dia em que pegou a prostituta na rua foi um exemplo. A Susana ficou brava por causa do escândalo. Ele parecia gostar do espetáculo.

A Susana tinha esperança dele se curar?

Ela tinha...

E dentro da clínica?

Ele foi bem, participou, mostrou adesão e prometeu freqüentar o Narcóticos Anônimos. Mas o que ele queria era o perdão dela. Depois, eu sei que ele se tratou pela polícia.

Ele passou por alucinações também no dia do motel?

Isso é normal para quem usa muita cocaína, fica paranóico. Mas ele, além disso, ficava agressivo, agitado... A profissão de policial é muito violenta. Ele trabalhou na favela da Maré e achava o máximo ter matado bandidos.

Mas ele comentava isso?

Sim, ele achava o máximo e comentava.

A senhora acreditava na recuperação dele?

Não. O prognóstico era muito ruim.

E disse isso a Susana?

Não.

Mas um final desses...

Foi trágico demais. Ele tinha tudo na mão e perdeu.