O meu pensamento está no mundo,
mas o meu coração vive na minha aldeia.
Como cinéfilo de carteirinha,
como pessoa que acorda e dorme pensando em cinema,
tenho um grande orgulho da vertente nacional,
do DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO.
Sem os malabarismos do cinema americano,
sem o cansaço do cinema iraniano,
um país que tem obras primas do documentário, como
"Cabra Marcado para morrer", de Eduardo Coutinho,
e "Ônibus 174", de José Padilha (sim aquele mesmo que
depois resolveu encher o bolso com as bobagens de Tropa de Elite ),pode bater no peito e se orgulhar que tem do melhor existente.
Esta semana saiu em vídeo o documentário "PQD".
É a sigla que identifica os militares paraquedistas do Rio de Janeiro. Um filme muito bem estruturado e ritmado,
sobre os jovens que estão entrando para prestar o serviço militar obrigatório( que não deveria ser obrigatório, no meu ponto de vista ) no 25º Batalhão dos Paraquedistas.
Tudo que se refere a militar me dá uma aflição.
Nada do que vocês estão pensando.
É que minha cabeça não funciona em hierarquias artificiais,
obediência cega, tentativa de obstrução do ato de pensar,etc,etc,que são características da vida militar.
Prá mim, o homem veio à terra para muitas coisas.
Entre as principais, servir a Deus,
e pensar...e pensar...e pensar.
E aí tomar suas decisões.
Guilherme Coelho, o diretor de "PQD", que tem cara de ter 20 anos, realizou um agradável filme. Não obra prima,claro !!!!
E também me matou de inveja, porque esta é uma antiga idéia minha : pegar uma filmadora profissional e acompanhar, por exemplo,
o PFC ( o Pesqueira Futebol Clube ),
não para procurar defeitos, não para criticar,
não para ser o Michael Moore da terra do Ororubá,
mas para entender com mais profundidade,
que é o que um bom documentário cinematográfico faz.
É uma das iguarias da vida :
conhecer e tentar compreender as vidas das outras pessoas.
E quanto mais elas forem diferentes, melhor.
Filme para ver.
E idéia para colocar em prática em algum futuro :
documentar um evento em andamento, o PFC, por exemplo.
