sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Callas, 33 anos sem Maria: "No palco eu estou na escuridão".



17 de setembro de 1977.
Meio dia e meio.
Apartamento 105.
36 Avenida Georges Mandel.
Bairro 16, Paris.
Outono.

Bruna e Ferruccio, os 2 funcionários, não podem atender o telefone.
Plixie e Gedda, os 2 cachorrinhos, estão inquietos.
A patroa está estendida no chão do banheiro, de braços abertos.
Acordara se queixando de tonturas
e fora ao banheiro.
O médico chega logo depois.

Em cima da cama descansa sereno
o corpo da maior estrela de todos os tempos:

MARIA CALLAS.

Soprano americana, filha de gregos.
53 anos de vida e um legado artístico que vai durar milênios, enquanto existir humanidade e bom gosto.

Não foi a melhor cantora lírica.
Sua carreira durou ridículos 18 anos.
Em comparação, Plácido Domingo tem mais de 50 anos de atividade no palco.

O que ficou eterno foi seu timbre de voz, sua disciplina para alcançar a perfeição, sua interpretação rasgante e a combinação em gráu máximo de tudo que uma intérprete lírica precisa ter no palco.

Se eu encontrasse uma lâmpada mágica e me aparecesse um gênio, tipo Aladim, e ele me perguntasse o que eu queria ver antes de morrer, eu não teria dúvida.
Queria ver a ópera NORMA que Callas cantou pela primeira vez em 30 de novembro de 1948, no Teatro Communale de Florença.
UM palco que beijei quando lá estive.

Depois... eu poderia morrer.
ah ah ah


Moeda de ouro e prata, de 10 euros, lançada pelo governo grego, em 2007, para comemorar os 30 anos da morte de Maria.