terça-feira, 14 de setembro de 2010

A Paris perigosa.



Existem 2 PARIS.
A conhecida é a dos turistas.
A segurança é perfeita, apesar de Ruth Escobar, empresária de teatro, ter sido esfaqueada e roubada na saída de um dos hotéis mais caros.

A outra Paris é a de raros documentários, e a do filme O ÓDIO (La Haine), de Mathieu Kassovitz.
A realidade dos filhos dos imigrantes (os pais se adaptaram com mais facilidade) que não puderam acompanhar as ondas de farturas da juventude francesa original.
São tão franceses quanto os franceses, mas a sua pele, o seu nariz de árabe norte-africano os coloca em diferentes lugares.

A explosão desta Paris espera apenas uma faísca.
Como em 2005 quando 2 adolescentes perseguidos pela polícia foram eletrocutados numa cerca, dando início a semanas de protestos nas ruas, milhares de carros queimados, e muitos feridos dos 2 lados.

Nenhum estrangeiro é aconselhado a visitar esta Paris, sem estar bem acompanhado. Você será assaltado, o seu carro estacionado será roubado, sendo isto o mínimo que pode lhe acontecer.
Crack e heroína são tão populares quanto padarias.

É uma pena que a rica e charmosa sociedade francesa não tenha conseguido integrar os seus imigrantes, que lhe trouxeram problemas mas também muitos pontos positivos.

O limite das duas é a GARE DU NORD, uma imensa estação de trem e metrô, que tem 100 policiais permanentes e 600 câmeras de vídeo, sinalizando as precauções da eficiente polícia francesa para a faísca não desandar em bagunça geral.

Integração de imigrantes, especialmente dos que não querem se integrar, é assunto muito espinhoso. Mas, certamente o futuro amenizará isto, como em outros países, como os Estados Unidos.