Só uma civilização maluca como a nossa, pode se dar ao luxo de perder tempo fazendo certo tipo de pesquisa.
Não estou falando de pesquisa eleitorais ou censos demográficos.
Nestas a maioria das questões são objetivas e fáceis de definir.
Refiro às pesquisas sobre felicidade, sensação de segurança, e bobagens afins.
Certo dia acordei com um tremendo mau humor, como ocasionalmente acontece (mais ocasionalmente do que eu gostaria).
Parecia uma chatura ímpar sair da cama e ir me organizar prá trabalhar.
Então um rouxinol cantou na minha varanda.
Lembrei da linda história de Andersen... e tudo clareou.
A vida ficou boa, de repente.
Se um estudioso tivesse me consultado no início, teria uma bruta desilusão com a humanidade.
5 minutos depois, tudo estava azul.
Resumo: certos assuntos pouco objetivos não podem ser avaliados.
Quando estas pesquisas são brasileiras, aí você não sabe se rir ou se chora.
É Samba do Crioulo Doido total.
Ano passado saiu uma pesquisa sobre a felicidade.
As regiões do país onde as pessoas se sentiam mais felizes eram exatamente os bolsões de misérias, que não são poucos.
Os lugares sem água encanada, sem saneamento, sem saúde pública, com altos índices de criminalidade, com doenças que foram extintas na Idade Média, causadas por todas estas deficiências.
Eram nestes lugares que, inacreditavelmente, estavam as pessoas mais felizes.
Isto tudo para rir da pesquisa que o IPEA anunciou na semana passada e que divulgará nesta segunda-feira, 27 de setembro.
Segundo ela,
OS DESEMPREGADOS BRASILEIROS SÃO MAIS OTIMISTAS COM A SITUAÇÃO FINANCEIRA DA FAMÍLIA DO QUE OS EMPREGADOS.
Daqui a pouco sairá outra dizendo que os portadores de câncer no Brasil são mais otimistas com a própria saúde do que as pessoas que não estão doentes.
E por aí vai...
INSANIDADE TOTAL.