terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Soteropolitanos


(O Farol da Barra, da bela Salvador e o generoso povo baiano, também contaminado pela violência da cultura brasileira.)

Já imaginou se toda propaganda fosse obrigada a dizer TODA a verdade?
Baseado nas informações do jornal de ontem, as belas fotos do carnaval de Salvador, teriam que dizer: você sabia que 77% (4 de 5) dos habitantes desta cidade aguardam ansiosamente o carnaval... para não participarem dele? E que o motivo alegado pela metade é a VIOLÊNCIA!?!?!

Pois é. Alguns deixaram de lado o carnaval por preguiça e falta de energia, feito eu. Muitos deixaram porque não acham que valha à pena sair para uma brincadeira, e não saberem se irão perder o carro para os ladrões ou serem esfaqueadas por algum bêbado.

Assim como o comércio do centro da cidade de Recife perde milhões todos os dias, porque os poderes públicos não conseguiram tirar os trombadinhas de lá, o turismo brasileiro e o carnaval também se ressentem.
A sociedade ainda não parou prá calcular a bilionária conta da violência no país, mas os clientes são implacáveis...
SIMPLESMENTE NÃO APARECEM.

Carnaval e outras festas populares agora só existem para duas classes sociais. Os pobres, que não têm outras diversões, e sabem que ficar dentro de casa estudando (como no caso Alcides em Recife) não os livra da violência, e os ricos em seus suntuosos camarotes protegidos por dezenas de seguranças, como Madonna no Sambódromo e outros.
A classe média, feito eu, fica em casa.
Cada vez mais parecido com o Haiti?
Neste ponto, sim.


Talvez o futuro ainda nos reserve um retorno ao carnaval familiar, com descontraídas festas de família e de rua, e também com segurança.

* SOTEROPOLITANO - se diz de quem nasce em Salvador. É uma helenização do termo grego "salvação".