sábado, 20 de março de 2010

Elis. É luz.



Uma das raras coisas que me comove numa cultura rasteira e massificada como a atual, é a veneração dos ídolos. Não apenas de alguns nichos. Como os soluços agoniantes dos fãs quando o caixão mortuário de Callas sai de uma funerária em Paris, em um pequeno vídeo que aparece em todos os DVDs desta história.

Já são 28 anos da inacreditável e trágica morte de Elis Regina aos 36 anos, e todo ano a TV Cultura não deixa passar a data do seu aniversário de nascimento, 17 de março, e reprisa alguma das suas aparições.

Este ano colocaram uma edição do VOX POPULI.
É surpreendente ver uma cantora com uma música refinada participar de um programa onde o público de rua faz perguntas como: a sua dentadura é natural ou postiça? Quanto ganha uma cantora?, e, ainda melhor, por que as letras das suas músicas são tão "estrambólicas" que eu não entendo nada do que você estar dizendo??? !!!.

A Música Popular Brasileira que Elis cantava, se fosse hoje, e diante da indigente miséria musical reinante com axés música e rebolations da vida, seria considerada Música Clássica Brasileira. Provavelmente tão incompreensível, para um povo que não se cultivou, como a música dodecafônica de Stravinsky, quando foi lançada.

De qualquer maneira é bom ver que somos um povo, ou pelo menos a TV Cultura, que não esquece os seus ídolos verdadeiros, aqueles que fizeram uma enorme diferença em toda nação, o que é particularmente justo dizer no caso de Elis.