segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Desaparecidos: os documentos e as pessoas.



Ministro da Defesa diz que Exército destruiu papéis sobre Jonas, considerado o primeiro desaparecido político da ditadura militar.


O ministro da Defesa, Nelson Jobim, decidiu sustentar a versão de que o Exército teria destruído os papéis sobre a morte de Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, considerado o primeiro desaparecido político da ditadura militar. Em ofício enviado à Câmara dos Deputados, ele afirmou que os arquivos da Força não guardam registros sobre a morte do guerrilheiro após ser capturado pela Operação Bandeirante (Oban), em outubro de 1969.

Em agosto, O GLOBO revelou a existência de um dossiê secreto do Centro de Informações do Exército em que os militares assumem a responsabilidade pela morte do guerrilheiro.

Jobim afirmou que os papéis secretos foram queimados. "Antes do Decreto 2.134/97, era possível destruir documentos sigilosos, pela autoridade que os elaborou ou pela que os custodiasse".

Em sua resposta, enviada em caráter reservado, Jobim afirmou: "Não existem, no acervo atual do Exército Brasileiro, quaisquer documentos sobre os fatos, atos ou intenções reportados". O ministro disse que não era possível, com base nos arquivos da Força, confirmar a autenticidade do dossiê reproduzido pelo GLOBO. A veracidade do documento já foi confirmada pelo Arquivo Nacional, guardião do acervo do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI).

Notícia do GLOBO ON LINE, 26.12.2009.


EU: se não fosse tão doloroso, seria divertido ver a imprensa séria brasileira levantar este assunto a cada 6 meses, com tanta ingenuidade. Esperar que o mundo militar, que não cansa de sustentar que havia "uma guerra no Brasil" no tempo da Ditadura, abra esta parte dos seus arquivos onde nada de laudatório será encontrado para ele, é o mesmo que acreditar em Papai Noel.

É total desconhecimento da História e das forças que movem o país.

Se algum dia as Forças Armadas brasileiras abrirem os seus arquivos, seria bom começar pela Guerra do Paraguai, que terminou 140 anos atrás e, nem mesmo historiadores, tiveram acesso até hoje.