O governo de Pernambuco trombeteou. Os jornais da província colocaram grandes manchetes de primeira página, ontem.
Eu... fiquei muito pensativo.
O motivo do alarde foi uma redução dos assassinatos em Pernambuco nos 9 primeiros meses de 2009: 3.100. Em 2008 tinham sido 3.400.
Em nome das 300 pessoas que, estatisticamente, foram salvas, gostaria de agradecer ao enorme esforço do governador Eduardo Campos e ao setor de Segurança do Estado.
Em nome dos 3.100 que morreram, gostaria de lembrar do colossal trabalho que ainda há a ser feito e do abissal número que resta a eliminar. Ainda é número digno de chacinas, de extermínios e de guerras cruentas.
Em contraste, assisti ontem um agradável seriado na GNT chamado "FORA DE CASA".
13 brasileiras que moram em outros países, por diferentes razões.
Uma brasileira por capítulo.
O repórter grava no apartamento de segundo andar da brasileira que mora em Gotemburgo, Suécia. Ela mostra um filho ao seu lado e diz ter gêmeos, de poucos meses.
O repórter pergunta onde eles estão.
E ela: é costume sueco, nos dias que faz sol, deixar os bebês dentro dos seus carrinhos, nos jardins dos edifícios ou nas calçadas.
Eu, horrorizado: "Sózinho?... sem ninguém tomando conta?"
Se alguém deixasse um filho 5 minutos na calçada de casa no Brasil, ele seria roubado de imediato.
Sei que é pedir muito para uma cultura tão belicosa e sanguinolenta como a brasileira. Afinal, os portugueses que nos foram mandados para colonizar - e dos quais somos descendentes - não eram os artistas, nem os filósofos, eram os ladrões e os criminosos. E eles foram nossos avós ... infelizmente.
Mas, só dormirei tranquilo quando pudermos ter as mesmas atitudes suecas no Brasil. Até lá... aguentem minhas recorrentes reclamações.