sábado, 30 de maio de 2009

10

Cartaz de Crepúsculo dos Deuses.
Um filme acima de todas as notas.

No início do ano, o editor de cinema do New York Times fez sua lista dos 10 melhores filmes americanos. Aproveitei a carona prá comentar algumas das escolhas dele.


OS MELHORES ANOS DAS NOSSAS VIDAS
 (1946), de William Wyler. A história de soldados que regressam do front da Segunda Grande Guerra, mutilados física e emocionalmente. Fredric March (ganhou um Oscar), Myrna Loy, Teresa Wright, Dana Andrews, Virginia Mayo e o incrível Harold Russell (2 Oscars), um duplo amputado que pela primeira e última vez foi representado por um não ator. Filme cheio de momentos sublimes, sem justificações ou apologias. MINHA NOTA:10.

CREPÚSCULO DOS DEUSES (1950), de Billy Wilder. Notável pelo retorno triunfante de Gloria Swanson em um filme que é sobre o retorno de uma velha atriz -Norma Desmond - e sua paixão por um jovem roteirista (William Holden). Roteiro brilhante. NOTA 10 TOTAL. O narrador já está morto, boiando na piscina, na primeira cena.

OS BRUTOS TAMBÉM AMAM(1953), de George Stevens. Faroeste com bela fotografia e uma história simples e lacônica. Allan Lad na melhor atuação da sua carreira.O filme é uma sequência de clichês, mas se mantém. É o melhor filme da história, na opinião de Paulo Perdigão, programador de cinema da Rede Globo. NOTA 9. Se eu fosse prá uma ilha com um só faroeste (que é um gênero pelo qual não tenho particular apetite) seria RASTROS DE ÓDIO, de John Ford.

TOURO INDOMÁVEL (1980), de Martin Scorsese. A história de Jake La Motta que deu a Robert De Niro um Oscar de melhor ator, é o mais sensacional filme sobre luta de boxe. Ao contrário de outros filmes sobre o assunto que tratam da "ascenção e queda do atleta" ou a corrupção deste esporte, este não oferece triunfo nem moral, apenas a auto-destruição da figura central. NOTA 10.Scorcese fez um dos seus clássicos sem apelar para lirismo. Apenas realidade.

Vertigo, UM CORPO QUE CAI (1958), de Alfred Hitchcock. Aqui novamente o amor que destrói, não como raiva, mas na forma de obsessão e controle. Este é um filme sobre manipulação e fabricação da realidade. Cada um manipula cada outro. NOTA 1000. Prá mim é um filme cheio de "nunca antes neste país": nunca a Califórnia da década de 50 foi tão azul e ensolarada; nunca Kim Novak esteve tão bela e misteriosa; Hitchcock nunca tão perfeito diretor e James Stewart em uma das suas interpretações mais exuberantes.

AGORA SEREMOS FELIZES (1944), de Vincent Minnelli. Belo e carinhoso musical com a estupenda Judy Garland. História de um família de pais, 4 filhas, um filho e um avô. Músicas inesquecíveis como "Tenha um belo Natal". Judy no auge de sua capacidade vocal. Tudo é perfeito no filme. NOTA 10. Mas não me peçam para levar um musical prá uma ilha. Eu teria um ataque de apoplexia se fosse forçado a decidir entre A NOVIÇA REBELDE e CANTANDO NA CHUVA.

PS: As opiniões do articulista estão até a parte de minha nota. Depois dela, ficam os meus registros.