domingo, 31 de maio de 2009

Jornal do Commercio

Semana passada fiz rasgados elogios ao JC pelas matérias sobre os 40 anos da morte de Padre Henrique. 3 dias depois, engoli a seco.

O JC sempre foi o órgão de imprensa  a dar maior repercussão aos problemas indígenas na cidade de Pesqueira. Lembro de dezenas de matérias, muitas de primeira página. Cobrava apuração de crimes, posição da justiça,etc,etc.
Na Semana passada a internet estava cheia de páginas noticiando a sentença de um Juiz Federal de Caruaru, condenando o Cacique Xucurú Marcos a 10 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, como responsável por distúrbios de maior gravidade que aconteceram na tribo.

No dia seguinte o Diário de Pernambuco encheu uma página com a importante matéria. O JC ? Fez de conta que não era com ele. NÃO DEU UMA LINHA SEQUER. Possivelmente prá não desagradar os amigos da tribo e porque não tinha nada a dizer como defesa. Triste à beça !!!

Não tenho posição sobre o assunto indígena. Acho a maioria das reinvidicações de povos oprimidos, justas. Outras são delirantes.

A posição do JC nos faz ver porque tantos americanos estão abandonando os jornais diários escritos, especialmente os provincianos, onde toda matéria é filtrada prá agradar do dono do jornal ao ascensorista do elevador da redação. A internet filtra menos, porque é mais difusa. Isto acaba sendo muito mais adequado do que o jornal impresso.
Também me fez concluir definitivamente que as palavras JORNALISMO INDEPENDENTE são incongruentes e não podem andar juntas. Não existe esta tal coisa chamada "JORNALISMO INDEPENDENTE". Todo jornalismo tem o rabo preso com alguma coisa... ou com muitas coisas.

Os israelitas até hoje querem ressuscitar o Papa Pio XII para crucificá-lo, pelo silêncio do Vaticano sobre as barbáries do Nazismo. Não encontraram uma só palavra de Pio XII elogiando ou aceitando o Nazismo. O pecado foi o silêncio. E nisto têm razão.
Assim foi com o JC. Perdeu uma bela oportunidade de mostrar sua grandeza e repercutir uma solução da qual foi o maior cobrador.

P.S.: Minutos depois da matéria aparecer na internet, já recebi um email denunciando que o juiz tinha dado a sentença sem ouvir o acusado.
Imaginar que um Juiz Federal, que conquistou o cargo que oferece uma vaga prá mais de mil pretendentes, que passou 5 anos com o inquérito, que ouviu centenas de pessoas para sua sentença, e "não ouviu o acusado", é uma afronta a inteligência de qualquer pessoa. Só pode ter partido de pessoas que derreteram o cérebro depois de enviarem e receberem tantos PPS retardados de autoajuda. O Juiz deve ter rido muito com esta idéia absurda.