Os administradores públicos já podem parar de procurar soluções para a educação. Os milhões de reais gastos em seminários, congressos, etc, poderiam ser economizados fazendo uma visita à ESCOLA AMERICANA DO RECIFE, que foi matéria do JC neste domingo.
Aulas de 7,45 até 14,45 hs, podendo se entender até 17,30 hs com cursos extra curriculares.
Salas com, no máximo, 17 alunos.
Professores com mestrado e doutorado.
Salários dignos para os mestres, que não precisam colocar aviso de VENDE-SE DUDÚ, na porta de casa, prá poder fechar as contas no final do mês.
Matérias opcionais que vão de xadrez à fotografia.
As aulas são em inglês (este ítem pode ser dispensado dos colégios públicos).
Crianças de 2 anos só progridem de turma se abandonarem fraldas e chupetas.
As turmas de 3 anos de idade são apresentadas à arte dos pintores Picasso e Kandinsky.
Espanhol obrigatório a partir da 5ª série e francês da 8ª.
E por aí vai.
Isto me lembrou que 2 das minhas frustrações da vida são:
1 - não ter aprendido a tocar piano.
2 - não ter tido um ensino instigante, que me tivesse puxado interesses mais cedo. Que tal ter lido Proust em francês aos 10 anos, feito Paulo Francis ?
Pequenos "detalhes" que não poderiam ser incluídos no pacote público, por razões mais ou menos óbvias:
1 - os novos alunos pagam uma taxa para o fundo de desenvolvimento da escola. Quanto? 5.283 reais. Para não deixar dúvida: cinco mil, duzentos e oitenta e três reais.
2 - as mensalidades variam entre 1.045,00 e 2.502,00 reais.
KANDINSKY.
Apresentado às crianças de 3 anos na Escola Americana do Recife.
E nunca apresentado à maioria dos professores de escolas públicas do Brasil.