Escultura de Adam Ramona
Morreu ZÉ RODRIX, do trio SÁ, RODRIX E GUARABIRA, e fui ver o meu CD de "PASSADO, PRESENTE, FUTURO", o primeiro lançamento deles. O LP não existe mais. Furou, de tanto que ouvi quando foi lançado, em 1972.
Como todo mundo, fico orgulhoso de ter uma trilha sonora para a minha vida. Graças a Deus fiquei velho antes de incluir Axé music e forrós pornográficos nesta seleção.
Pouca gente que vai ler este blog conhecerá este primeiro disco. Mas não percam a oportunidade de ouvir, quando possível. Tem um CD que as lojas virtuais vendem por 9 reais com os 2 primeiros LPs do trio, em um CD, da EMI.
A 4ª faixa, ME FAÇA UM FAVOR é bela. E as 4 últimas, incluindo AZULAR que abre com um solo de enorme melancolia, que devo ter ouvido algumas milhões de vezes, pois houve uma época em minha vida que eu era melancólico (não deprimido, por favor).
O CD emenda as últimas 4 faixas. Semelhante ao ABBEY ROAD, penúltimo disco dos Beatles, que tinha saído em 69 e não dá prá parar de ouvir as faixas finais, que vão como emendando uma na outra.
Não acompanhei o resto da carreira dos mesmos, mas pelos vídeos que vi no Youtube, incluindo o retorno como velhos músicos, não perdi muita coisa.
Os obituários só falaram de CASA DE CAMPO, que Elis gravou. Talvez porque tocou demais em rádios, nada ressoa em mim quando a ouço (a música. Não, Elis,claro!).
Então lembro de outro momento histórico da trilha musical de minha vida.
Era o início dos anos 70 e eu passando em frente de um TV preto e branco em minha casa e tinha um rapaz magro e assanhado cantando num programa de auditório.
Fiquei paralisado e arrepiado.
Era FAGNER cantando MUCURIPE.
Meu amor pela música dele durou até o 8º disco, TRADUZIR-SE.
Então afogou-se no forró que rende dinheiro e nas brigas de mídia com o também grande Caetano, e acabou.