Yves Saint Laurent foi um gênio da moda.
Aos 21 anos assumiu o lugar de Christian Dior.
E aos 25 anos abriu sua própria maison.
Criou 8.000 vestidos, entre outras coisas.
Morreu ano passado aos 71 anos, de câncer no cérebro.
Era argelino, de origem francesa.
Teve inúmeras crises nervosas e em uma delas foi resgatado do manicômio por Pierre Bergé, (na foto acima) com quem formou um casal gay por mais de 45 anos. Bergé passou a administrar a carreira dele.
Está aqui por uma resposta de entrevista.
REVISTA VEJA: TODOS OS VESTIDOS QUE FAZEM PARTE DA ATUAL EXPOSIÇÃO TÊM INSPIRAÇÃO ESTRANGEIRA: ÁFRICA, ÍNDIA, ESPANHA. SAINT LAURENT GOSTAVA DE VIAJAR?
BERGÉ: NÃO, DETESTAVA. ELE PREFERIA FICAR EM CASA COM O CACHORRO, CERCADO DE QUADROS E BELOS OBJETOS. DEU A VOLTA AO MUNDO ATRAVÉS DE LIVROS E DA IMAGINAÇÃO. SUAS MELHORES VIAGENS FORAM NO SOFÁ, COM UM LIVRO.
EU: Muito tempo antes das tragédias com aviões sofisticados, eu também já tinha chegado à mesma conclusão. Sem querer ser crítico de quem o faz e sente prazer, viajar pelo mundo se tornou um grande estorvo. Num vôo de avião você deixou de ser tratado como realeza e passou a ser um vilão que quer entrar na cabine com excesso de bagagem, que quer derrubar o avião com meio litro de xampú e quer matar a tripulação com um cortador de unha.
Depois da grande mancada do 11 de setembro, que sequer teria acontecido se existisse uma ordem para não abrir a cabine do piloto do avião prá ninguém (todo mundo já sabia que Bin Laden preparava um atentado com aviões suicidas), os passageiros viraram malucos em potencial.
Da última viagem tive que tirar a roupa 4 vezes entre Recife e San Diego. E não era só por ser homem e ter cara de latino. Vi velhinhas louras, em cadeiras de rodas, fazendo o mesmo. Isto numa viagem que já é estressante por natureza, fica como um convite a que você não saia mais de casa.
É muito proveitoso o contato com mundos diversos, mas o turismo virou uma celebração dos álbuns do Orkut e não mais uma busca de descobrimentos.
A viagem do sofá, portanto, continuará sendo um "must", pelo menos para mim e Yves Saint Laurent.
Uma criação deslumbrante, como quase tudo, de YSL.