Os jornais pernambucanos ("espremendo sai sangue" Jornal do Commercio e Diario de Pernambuco) trazem mais um artigo de primeira página, sobre criança recém nascida abandonada em matagal ou lata de lixo. Esta de ontem foi encontrada cheia de formigas.
É mais um dos problemas de solução SIMPLÍSSIMA que a sociedade, a cultura e a lei preferem não enfrentar e complicar.
A presente atitude é ridicula, se não fosse trágica: chamar a polícia para prender a mãe que abandonou o bebê.
Esta mãe deveria ser parabenizada e ganhar um prêmio do estado e de Dom José Cardoso, arcebispo de Recife até a próxima semana. Como assim? Vou explicar. Esta mãe teve todas as possibilidades de abortar esta criança. Se rica, indo para um profissional dispendioso mas eficiente. Se pobre, tomando qualquer preparado destes conhecidos ou remédios que todos podem comprar.
Se não fez isto é porque tem o louvável, fantástico e biológico AMOR DE MÃE. Ela não quís matar o seu filho. Poderia ter feito isto no início da gravidez ou quando o teve. Jogando-o dentro de um rio ou em um lugar afastado. Seria favas contadas o fato de que ele morreria e ela não seria punida. É o enorme amor de mãe que faz ela suportar 9 meses dentro do corpo um filho que sabe que não irá poder criar e depois colocá-lo numa lata de lixo para ser encontrado e não no meio dum riacho,onde logo morreria e ela nunca seria penalizada.
Ela se separa da criança porque vê que não pode criá-la, por diversas circunstâncias. Caberia ao nosso rico estado, que nos leva mais de 40% de toda renda nacional em impostos, com a finalidade não exercida de ajudar os mais pobres do país, dar a ela as condições de criar o seu filho.
Se não consegue fazer isto, por que a prioridade nacional no momento é "apoiar o apoio" que figuras maravilhosas como Renan Calheiros, Fernando Collor e Jáder Barbalho estão dando para a permanência de Sarney no Senado, o estado poderia pelo menos não atrapalhar.
Daí a solução mais simples para uma complexa situação. Esta solução já foi tomada em todos os países desenvolvidos, divulgada e acabou de uma vez por todas com estas ocorrências e estes pavorosos artigos de jornais a cada 15 dias, assombrando o nosso café da manhã.
O ENUNCIADO DA LEI SERIA O SEGUINTE:
QUALQUER MÃE QUE NÃO SE SINTA EM CONDIÇÃO DE CRIAR O SEU FILHO RECÉM-NASCIDO, NÃO PRECISA JOGÁ-LO EM NENHUM LUGAR. PODE DEIXÁ-LO EM QUALQUER MATERNIDADE PÚBLICA, SOB OS CUIDADOS DA MESMA. NÃO SERÁ PERGUNTADO NEM O NOME DA MÃE.
SERÁ OFERECIDO ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA E ECONÔMICA, SE ELA O ACEITAR, E TAMBÉM NO CASO DELA DECIDIR VOLTAR ATRÁS NA IDÉIA DA DOAÇÃO E CRIÁ-LO.
NÃO HAVERÁ NENHUMA CRIMINALIZAÇÃO.
Simples !!! Problema totalmente resolvido !!!
Foi o que aconteceu em Nova Iorque e vários outros lugares civilizados do mundo.
Crianças indesejadas não são mais jogadas em lugar nenhum. São recebidas nas portas das maternidades, vão para os berçários, e se juntam às crianças amadas pelos pais e que podem criá-las. Conseguirão lares adotivos, onde serão amadas o resto das suas vidas.
Os nossos jornais irão odiar perder o seu ganha pão de cada 15 dias.
Os burocratas vão ficar pretos de inveja, se começarem a aparecer soluções assim simples para os problemas que os enriquecem, e que eles gostariam nunca fossem solucionados.
P.S.: A fotografia que abre a matéria é só ilustrativa e foi encontrada no meio da internet, com a ajuda do google. Não se refere às matérias dos jornais pernambucanos, nem à criança citada.